AMNISTIA INTERNACIONAL RESGATOU DUAS REFUGIADAS UCRANIANAS EM RIO MAIOR
Segundo avançou ontem o Jornal Público a Amnistia Internacional resgatou no final da última semana duas refugiadas ucranianas que supostamente estariam a ser sujeitas a exploração laboral na Sociedade Panificadora Costa & Ferreira, com sede no Alto da Serra – Rio Maior.
Recorde-se que no passado mês de março esta empresa disponibilizou um autocarro seu para ir à fronteira da Polónia buscar refugiados ucranianos que procuravam fugir à guerra.
O mesmo jornal refere que “as mulheres tinham de fazer trabalho árduo e mais horas semanais do que aquelas que são permitidas por lei. Além disso, a renda da casa onde ficaram era-lhes descontada diretamente no ordenado”.
À TVI, a proprietária desmente qualquer abuso, “gastámos muito dinheiro com todo o gosto para trazer tanta gente para Portugal para terem melhores condições, e ela dizer que é uma escravidão vai ter que ir responder em tribunal”, refere Rita Costa.
Por sua vez, Pedro Neto, diretor executivo da Amnistia Internacional em Portugal, relatou à TSF que, “se as mulheres desistissem do trabalho, eram expulsas de casa”, acrescentando que “as trabalhadoras eram submetidas a uma enorme pressão para cumprir certos horários, para fazerem todos os trabalhos que eram impostos. Pessoas que não conhecem nada, não falam a língua e ficaram com bastantes receios".
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"Conseguimos localizar as senhoras e encaminhámos também este caso às autoridades para que possam fazer a investigação necessária, uma vez que nos pareceu que podem existir mais casos. Cabe às autoridades fazer essa investigação", revelou o diretor da Amnistia Internacional em Portugal.
O responsável sublinha que o tráfico humano e a exploração laboral são um fenómeno dramático e que os refugiados estão mais vulneráveis a este tipo de situações. Por isso, apela à denúncia sempre que existam suspeitas fundamentadas.
Pedro Neto apelou ainda: "Todas as pessoas que conheçam casos de exploração laboral, potencial exploração laboral ou tráfico de seres humanos não devem deixar de alertar as autoridades".
O SEF confirmou que recebeu 22 denúncias por alegados crimes de tráfico de pessoas. Já a autoridade para as condições do trabalho garante não ter conhecimento de qualquer caso de exploração de refugiados ucranianos.
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