CASA DO CAMPINO EM SANTARÉM CHEIA NA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO RELATÓRIO PRELIMINAR DO NOVO AEROPORTO
Santarém recebeu ontem, dia 18 de janeiro, a apresentação dos resultados do Relatório Ambiental Preliminar do Novo Aeroporto de Lisboa. Esta iniciativa contou com a participação de Ricardo Gonçalves, Presidente do Município de Santarém, de Carlos Mineiro Alves, Presidente da Comissão de Acompanhamento e de Rosário Partidário, Coordenadora-Geral da Comissão Técnica Independente e equipa.
A Comissão Técnica Independente - CTI passou a mensagem de que as portas estão abertas para a reavaliação do projeto de Santarém.
Ricardo Gonçalves abriu a sessão e apontou algumas críticas ao relatório, tem em conta que “a CTI classificou os fatores críticos de decisão da localização Santarém de forma dúbia.”.
O Presidente da Câmara de Santarém reforça o seu desacordo com algumas das considerações da CTI, referindo que a opção Santarém é “aquela que melhor aproveitava as acessibilidades já existentes” e que “promove uma melhor coesão territorial”.
Os responsáveis pelo projeto do aeroporto em Santarém, afirmaram que se encontram a trabalhar na revisão da proposta, principalmente nas questões das restrições à navegação aérea, na tentativa de viabilizar a proposta. A Comissão Técnica Independente (CTI) admite a possibilidade de reavaliar o “chumbo” do projeto.
Das opções estratégicas consideradas para o reforço da capacidade aeroportuária em Lisboa, a CTI classificou como menos vantajosas duas: Montijo e Santarém. Os promotores deste último reúnem esforços para resolver os constrangimentos apontados em diálogo com a Força Aérea e a NAV e a coordenadora da CTI declarou hoje a sua disposição para reavaliar o projeto.
O principal obstáculo ao projeto Magellan 500 é o conflito no espaço aéreo com a Base Aérea de Monte Real, conforme destacou Rosário Partidário, coordenadora da CTI. Esta mencionou que a Base Aérea de Monte Real é uma base NATO crucial, com exigências complexas devido aos aviões F16. Os constrangimentos relacionados com o desenho das pistas e o layout aeroportuário limitam o número de movimentos, tornando-o inadequado para constituir um hub internacional.
O promotor do aeroporto em Santarém, Carlos Brasão, defendeu que a análise da Comissão Técnica Independente não "é conforme com as recomendações da União Europeia", no que diz respeito ao conceito da zona de influência.
"Uma das coisas que percebemos é que esta análise da CTI não é conforme com as recomendações da União Europeia. Ficámos surpreendidos porque há uma recomendação da União Europeia que diz que a zona de influência de um aeroporto é uma hora de carro ou de comboio a partir do aeroporto, ou 100 km. A Comissão Técnica Independente inventou um conceito restritivo que é 30 minutos de carro", reafirmou Carlos Brasão.
Carlos Brazão acusou assim a CTI de “inventar um critério restritivo" e de não obedecer aos critérios definidos pela União Europeia.
O promotor disse ainda que a CTI não aplicou este critério de forma "uniforme" e pediu uma revisão do conceito de zona de influência.
"Esse critério não é aplicado de forma uniforme. No caso de Alcochete, são 55 km até Amadora, atravessando Lisboa toda. Não se consegue atravessar o campo de tiro de Alcochete e atravessar Lisboa toda até Amadora em 30 minutos. Pedimos uma revisão de como essas zonas de influência foram definidas e calculadas", referiu.
Segundo Carlos Frazão, os promotores vão apresentar novas soluções para resolver os problemas de espaço aéreo, referindo que estão “complemente confiantes” que Santarém é uma “boa solução para o País”.
Estas propostas têm que ser apresentadas até ao dia 26 de janeiro - prazo final da consulta pública sobre o Relatório Ambiental.
Comentarios