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Periodicidade: Diária

9/30/2024

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MATILDE, UMA MENINA MUITO ESPECIAL QUE VEIO AO MUNDO ENSINAR MUITAS COISAS


“O 11 de setembro trouxe muitas desgraças ao mundo, mas a mim só me trouxe alegrias”. Mãe é mãe, e um filho será sempre uma bênção maior, sejam quais forem os obstáculos ou os desafios.

O mundo de Natércia Mendes, professora do primeiro ciclo, residente em Liteiros, no concelho de Torres Novas, também mudou na histórica data de calendário de 11 de setembro. Na história desta mãe e desta família, há 16 anos nasceu Matilde, uma menina muito especial que veio ao mundo ensinar muitas coisas sobre a vida, sobre o amor e sobre a superação dos problemas de saúde. O mundo de Natércia e da sua família não ruiu, garante.

As fotos afixadas nas paredes, memórias da primeira infância de Matilde, sorrindo, ao colo do irmão mais velho e dos pais, atestam-no. Desde o primeiro instante, tudo se ajustou, unindo toda a família e uma rede comunitária de suporte.

Matilde cresceu e superou-se permanentemente. Acumula meses de internamentos hospitalares na Unidade de Internamento do Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e outros hospitais centrais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e mais de trinta horas repartidas em diversas cirurgias de que necessitou para melhorar a sua saúde e qualidade de vida.

Atualmente, porém, é o hospital que vai à localidade de Liteiros, ter com a pequena Matilde, para lhe prestar todo o apoio de que necessita, no âmbito da atividade pioneira que o CHMT presta a nível nacional no SNS através da Unidade Pediátrica de Assistência Domiciliária (UPAD).

O CHMT é, até ao momento, a única instituição de saúde pública que disponibiliza uma unidade de hospitalização domiciliária destinada a crianças e jovens e a dupla valência da Consulta de Intervenção Domiciliária, disponibilizada a utentes pediátricos portadores de doença crónica, como é o caso de Matilde.

Ambas as valências oferecem às crianças e jovens dos 15 concelhos servidos pelo CHMT, bem como às suas famílias, um serviço que mantém o rigor clínico e a abordagem multidisciplinar que podem ser encontrados num internamento convencional dentro das quatro paredes do hospital, acrescido do aumento do bem-estar das crianças e jovens, através da integração dos cuidados de saúde na sua área de conforto que é o seu lar.



No caso de Matilde, a questão logística do seu transporte até ao hospital dificulta ainda mais a realização de qualquer consulta externa ou deslocação.

À chegada, a equipa, que nesta intervenção segue completa, com quatro profissionais – duas médicas, uma enfermeira e uma assistente social –, começa por perceber precisamente que a cadeira de rodas de Matilde está já pequena. A nova já foi encomendada, mas a pandemia tem atrasado a sua entrega. De imediato, a assistente social do CHMT, Anabela Cadete, tira as medidas necessárias para fazer o empréstimo de um equipamento hospitalar, para dar mais conforto a Matilde. Seguem-se a consulta, auscultação e medição de vários parâmetros.

Matilde não fala e por isso a mãe, enquanto cuidadora, referencia as várias queixas, entre as quais uma suspeita de intolerância alimentar.

Enquanto a ausculta, a médica pediatra Bárbara Matos repara que Matilde começou a dar-lhe festinhas na perna. Matilde é muito acarinhada no Serviço de Pediatria do CHMT e reconhece perfeitamente as caras que habitualmente a visitam em casa, como a da enfermeira Andreia Ambrósio.

No final da consulta é deixado o receituário da medicação habitual de Matilde e acertada data e hora da nova consulta para a semana seguinte, na qual serão feitas análises e que contará também com a presença de uma nutricionista para avaliar a questão da intolerância alimentar.

No final, Natércia, a mãe, tem um pedido à equipa multidisciplinar da UPAD, mas fá-lo com timidez e não é isento de culpa. Aproxima-se um batizado de um familiar e Matilde, que em circunstâncias normais devia acompanhar os pais, está impedida pois o local não tem acessibilidades para a sua cadeira de rodas. Natércia, na realidade, já perdeu conta aos eventos familiares que perdeu ou celebrou a partir do Internamento de Pediatria do CHMT – aniversários, natais, bênçãos das fitas. A saúde de Matilde assim o exige.

Mas agora ganhou coragem para pedir a figura do “descanso do cuidador” para poder ir ao batizado, porque a saúde de Matilde está estável e a menina já é uma adolescente. A técnica Anabela Cadete garante que tudo fará para tramitar o pedido.

“Este serviço é um grande apoio. É um apoio quando vêm cá a casa, mas também quando tenho uma linha telefónica e tenho logo uma resposta. Depois, há também uma grande articulação com os hospitais centrais, o que no caso da Matilde é muito importante. Na pandemia foi essencial, porque era segurança a duplicar, para a minha filha não estar exposta a riscos. Só posso estar agradecida”, concluiu a mãe de Matilde.


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