PCP ENTENDE QUE SÃO PRECISAS MEDIDAS PARA OS PESCADORES E MARISCADORES DA LAGOA DE ÓBIDOS
Estão sem rendimentos há quase dois meses por causa da deteção de toxinas
A Direção da Organização Regional de Leiria (DORLEI) do PCP alertou para a grave situação que atravessam os pescadores e mariscadores da Lagoa de Óbidos, privados de desenvolver a sua atividade por causa da deteção de toxinas nas águas da referida Lagoa.
“Estes mariscadores estão privados dos rendimentos há quase dois meses, não havendo perspectivas quanto à data da retoma da atividade. Tal como os próprios afirmam, as informações são escassas e as ameaças quanto a um futuro para quem depende da Lagoa são sempre muitas”, refere a DORLEI do PCP.
Os pescadores e mariscadores dizem que “a fauna e flora da Lagoa parecem estar ameaçadas a cada ano que passa, tendo em conta a errática movimentação de areias feitas em certos locais nos últimos anos, para além da falta de dragagens em zonas sensíveis da Lagoa”.
Num comunicado emitido a DORLEI do PCP salienta que “estes mariscadores estão naturalmente revoltados com a situação, dado que o seu profundo conhecimento sobre o local onde diária e historicamente trabalham é constantemente desconsiderado aquando das intervenções a fazer na Lagoa. Num quadro de crescentes dificuldades, com o custo de vida a aumentar, estes profissionais sentem-se abandonados e sem respostas para fazer face às suas necessidades”.
Segundo o PCP dependem da Lagoa de Óbidos “cerca de 100 famílias que dali tiram o seu sustento. A interdição quanto à apanha de bivalves na Lagoa tem impacto direto nas economias familiares daqueles profissionais, na economia regional, que se recente desde as depuradoras à ausência de produto na restauração. Esta situação potência o crescente recurso à importação deste tipo de marisco”.
O PCP exige ao governo que, em estreita articulação com as organizações representativas do sector, “encontre soluções para este problema, designadamente através de formas que garantam rendimentos aos pescadores e mariscadores que estão impedidos de exercer a sua atividade por fatores que lhes são completamente alheios”, salientando que “como temos confirmado pela história recente, a centralidade do sector da pesca/apanha/marisqueiro é inquestionável no que concerne à nossa soberania alimentar, logo a sua importância estratégica obriga necessariamente a políticas públicas que o defendam, valorizem e potenciem”.
A terminar, o PCP diz que “irá continuar a lutar ao lado destes profissionais e das suas organizações, na construção de um futuro mais justo e equilibrado para todos”.
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