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9/30/2024

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POPULAÇÃO DE ARROUQUELAS REVOLTADA COM FUNCIONAMENTO DE EXPLORAÇÃO PECUÁRIA NO CENTRO DA ALDEIA

Atualizado: 5 de abr. de 2022


A população de Arrouquelas, no concelho de Rio Maior, concentrou-se durante a manhã desta quarta-feira, 2 de fevereiro, junto a uma exploração pecuária em atividade, localizada na Rua da Igreja, bem no centro da aldeia, de forma a contestar um grave crime ambiental.

Esta ação de protesto foi agendada para a mesma hora em que se realizou uma vistoria à exploração, levada a cabo por elementos da Direção Geral de Agricultura e Pescas, da Agência Portuguesa do Ambiente, da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, da Câmara Municipal de Rio Maior e dos Serviços de Proteção da Natureza da GNR.

Bem em frente à exploração pecuária foram colocadas duas tarjas onde se podia ler: “A poluição mata! E nós temos o direito de viver”, e “Ou as pessoas ou os porcos! Viver assim em condomínio é impossível!”.

Ao Comércio & Notícias uma habitante local que pediu o anonimato revelou estar “a reclamar uma grave crise ambiental que esta pecuária está a provocar à nossa aldeia, desde a poluição da água, do ar e dos solos”, salientando que “a pecuária se situa a menos de 50 metros de casas de habitação, o que no século XXI já não é comportável”.

“Há dias que não conseguimos pôr os pés na rua pois o ar que respiramos arde nas narinas”, acrescentando que “a população chegou a uma fase que não é capaz de aguentar mais este cheiro e viver aqui desta maneira”.


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Quem revelou também o seu testemunho ao Comércio & Notícias foi Vítor Vivo, o coordenador de um movimento de cidadãos desta aldeia que tem vindo a contestar a localização da exploração pecuária. Vítor Vivo realçou que “esta situação está a causar enormes problemas à qualidade de vida das pessoas que vivem aqui num raio de 300 metros, porque as condições de vida nalguns momentos, quase em permanência o problema da poluição atmosférica, mas nalguns momentos é completamente impossível abrir uma janela ou uma porta e viver ao ar livre. Perante estas condições tão adversas há pessoas que vivem a 30 ou 40 metros da pecuária e que já estão a atingir níveis elevados de stress porque não conseguem usufruir das suas casas”.

Vítor Vivo referiu ainda: “Ou as entidades competentes conseguem encerrar esta exploração porque está a causar problemas sérios à qualidade de vida, à saúde e ao ambiente, ou então as pessoas têm de mudar de vida, mas nestas circunstâncias também não conseguem vender as casas a ninguém, por isso é que nós perguntamos e temos vindo a afirmar ou nós ou os porcos”, acrescentando “se as entidades competentes acharem que este local pode continuar a ter uma exploração pecuária em regime intensivo com capacidade para 1500 porcos então as pessoas vão ter que ponderar se não vão ter que mudar de vida abandonando as suas casas e ir viver para outro lado, porque estar aqui é completamente impossível”.

O coordenador deste movimento de protesto revelou que “já foram efetuadas 52 denúncias a todas as entidades que coordenam as várias áreas que estão aqui envolvidas, onde têm sido relatadas as graves dificuldades que os moradores têm vindo a passar, mas até agora não temos obtido outra coisa se não ‘compreensão, algum conformismo, vamos ver, e talvez se resolva’ e nós não podemos pactuar com isso”.

Segundo Vítor Vito “esta ação de protesto destina-se sobretudo a fazer sentir a estas entidades, à proprietária e à entidade gestora, que nós estamos muito determinados em seguir em frente com a nossa luta custe o que custar, porque está em causa também direitos fundamentais que estão consagrados na constituição. Portanto nós temos direito à saúde, de viver num ambiente saudável e ter qualidade de vida, e esses direitos estão a ser violados todos os dias”, lamenta.

A finalizar, Vítor Vivo referiu que “este movimento tem tido o apoio da Junta de Freguesia de Arrouquelas, mas queremos também contar com o apoio da Câmara Municipal de Rio Maior, situação que até ao momento não se tem verificado. Gostaríamos muito de receber a visita do senhor Presidente da Câmara para que se possa inteirar da grave situação ambiental que se está aqui a passar em Arrouquelas”, deixou o apelo o coordenador deste movimento.

Concluída a vistoria à exploração pecuária, pelas entidades competentes, o Presidente da Junta de Freguesia de Arrouquelas, Mário Pião revelou ao Comércio & Notícias que estas não encontraram argumentos para encerrar a sua atividade, tendo sido recomendo pela área da saúde que seja regularmente monitorizada a qualidade do ar.


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