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Periodicidade: Diária

9/29/2024

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RIO MAIOR CELEBROU O 48.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL


Após dois anos de interregno Rio Maior voltou a celebrar o 25 de Abril, com uma sessão solene realizada durante a tarde de ontem no Cineteatro Municipal.

A abrir a sessão, conduzida pelo Chefe do Gabinete de Apoio à Presidência da Câmara Municipal de Rio Maior, Francisco Colaço, ouviu-se o Hino Nacional.

Seguiram-se as intervenções dos representantes das forças políticas com assento na Assembleia Municipal, Maria João Almeida (CDU), Luís Soares (PS) e Tiago Santos – Coligação Juntos Pelo Futuro (PPD/PSD-CDS/PP).

Seguidamente usou da palavra o Presidente da Assembleia Municipal em exercício, o 1.º Secretário Carlos Neto, que substituiu Isaura Morais nesta sessão, tendo logo no início da sua intervenção proposto um minuto de silêncio em memória das vítimas da guerra na Ucrânia, fazendo questão de salientar que “a população riomaiorense está solidária com o povo ucraniano”.

Recordando o dia 25 de Abril de 1974, Carlos Neto realçou: “Jovens Capitães, idealistas e corajosos decidiram mudar Portugal. Queriam uma Pátria de liberdade e democracia”, referindo que passados 48 anos “temos um país onde a história fala por si. Portugal é hoje um dos países mais corruptos e mais pobres da Europa. A liberdade e a democracia que julgávamos como adquiridos, bem como a pacatez de uma Europa em paz, são hoje meras utopias”. Prosseguindo, Carlos Neto disse ainda: “Veja-se por exemplo em Portugal, onde um Governo legitimamente eleito vai dialogar com todos, menos com um, que é o mesmo que dizer que vai dialogar com todos menos com 400 mil portuguese”, realçando dizer isto “sem qualquer tabu ideológico, pois sou convictamente social democrata, mas que exemplo de democracia é esta?”, questiona.

O Presidente da Assembleia Municipal, em exercício, realçou ainda: “Veja-se também em Portugal, o Portugal de Abril, e em que o partido que mais sofreu às mãos de um regime ditador, foi perseguido, foi ilegalizado, os seus membros presos e torturados, consegue em Abril de 2022, através da sua representante na Assembleia da República afirmar convictamente que na Ucrânia, um Governo legitimamente eleito com mais de 70% dos votos, é um Governo xenófobo, belicista e que massacra o seu povo. É caso para dizer está tudo doido!!!”, salienta Carlos Neto.

A concluir, o representante da Assembleia Municipal disse que “celebrar o 25 de Abril de 1974 é ser inequivocamente a favor dos oprimidos e contra os opressores, sem reticências e sem redundâncias”, acrescentando que “cabe-nos a nós, atual geração, transmitir aos nossos filhos que o 25 de Abril é uma data de coragem, de mudança e de esperança. Eu, aos 55 anos, continuo a ter esperança num Portugal e num Mundo melhor”, concluiu.


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A finalizar esta sessão usou da palavra o Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Filipe Santana Dias. O autarca começou por referir que “os dias que vivemos na Europa, obrigam-nos hoje, a celebrar a revolução dos cravos com ainda maior devoção e apreço. Inimaginável até há poucas semanas, verificamos hoje a fragilidade e volatilidade da condição que conhecemos e defendemos. Liberdade e paz, para nós garantias absolutas, são hoje colocadas em causa em vários pontos do globo. Se antes os conflitos nos eram fisicamente distantes, hoje, verificamos que se desenrolam logo aqui ao lado, nos nossos vizinhos europeus, ameaçando mais do que a soberania de um povo, toda a forma de vida que conhecemos e defendemos. Que saibamos valorizar a liberdade de que beneficiamos, praticando-a todos os dias com responsabilidade. Em nome do Município de Rio Maior e em nome de todos os riomaiorenses, gostava de deixar expressa a nossa solidariedade com todo o povo ucraniano, que trava, nestes dias e no seu território, uma luta que defende não só a sua terra, mas todo um sonho e modus vivendi europeus”.

Prosseguindo, o edil riomaiorense referiu: “Assinalamos hoje 48 anos passados sobre a revolução de Abril. Recordamos hoje o dia em que um corajoso grupo de militares, fortemente apoiados pela população portuguesa, deu corpo a uma revolução que depositou as sementes da democracia e da liberdade em Portugal. O 25 de Abril de 1974, foi o verdadeiro responsável pelo início daquilo que muitos hoje tomamos por garantido. É também por isso, que hoje, amanhã e sempre devemos relembrar, assinalar e agradecer esta data. Para que não se perca nunca, na espuma dos dias, aquele que foi, na nossa história recente, porventura um dos mais, senão o mais importante dos dias na construção da democracia que hoje podemos experienciar”, acrescentando que “hoje, tomamos por garantido o sufrágio universal na eleição daqueles que desejamos que nos representem. Hoje tomamos por garantido o facto de podermos afirmar tudo aquilo em que pensamos, sem receio de represálias ou outras consequências. Hoje, tomamos por garantido o direito da mulher ao trabalho e a luta por direitos iguais entre sexos. Hoje tomamos por garantido o poder local democrático, o poder mais próximo de todos aqueles que serve, e o verdadeiro responsável pelo grande desenvolvimento verificado em Portugal nas últimas décadas”.

“Passados 48 anos sobre a revolução de Abril, é natural que comecemos a assistir a que cidadãos que não experienciaram o 25 de Abril, sejam eleitos representantes das suas populações, não tendo no entanto vivido aqueles dias quentes desconhecendo por isso as sensações e sentimentos vividos, na primeira pessoa, em tão marcante dia. Tive a sorte de nascer riomaiorense em 6 de Março de 1979 e por maioria de razão, faço parte obviamente do grupo de cidadãos que atrás descrevi”, salientou Filipe Santana Dias, que acrescentou que “seria porventura natural pensar-se que aqueles que não tendo experienciado a revolução de Abril, não saberiam ou sentiriam necessidade de a respeitar, enaltecer e assinalar. Pois minhas amigas e meus amigos, deixem-me dizer-vos que penso exatamente o contrário. A nós, nascidos depois desta marcante data, deverá caber-nos o dever e o esforço extraordinário de estudar, perceber, respeitar e enaltecer todo o sacrifício feito pelas gerações que nos deram o ser”.

Santana Dias disse perceber a insatisfação de muitos portuguese “quando ao comum dos cidadãos exigimos uma contribuição fiscal avultadíssima, a troco de uma mão cheia de nada. Quando acenamos com serviços de saúde universais e de qualidade, mas depois lhes vedamos o acesso com listas de espera intermináveis. Percebo esta forma de estar, quando permitimos que seja transmitida a ideia de um sistema judicial para ricos e outro para pobres. Percebo esta forma de estar quando encravamos o elevador social, a todos aqueles que apesar do seu mérito, não conseguem conquistar para si uma melhor condição de vida. Percebo esta forma de estar em sociedade, quando permitimos que as gerações melhor preparadas da nossa história, não tenham outra saída senão procurar uma melhor oportunidade de vida fora do país que os viu nascer. É por isto minhas amigas e meus amigos, é por isto que compreendo esta insatisfação, esta incompreensão, ao fim ao cabo esta desilusão com este inacabado resultado dos nossos processos revolucionários”, realçou.

Já na ponta final da sua intervenção, o Presidente da Câmara Municipal referiu: “Tive a sorte de nascer riomaiorense já depois dos vários processos revolucionários, o que me obriga moralmente a um esforço pelo conhecimento da nossa história, mas que me garante um distanciamento emocional, permitindo-me uma análise factual. E é com este distanciamento emocional que consigo, obviamente, reconhecer e agradecer as grandes conquistas de Abril. A tal estou moralmente obrigado, quanto mais não seja pelo cargo que tenho a honra e orgulho de desempenhar. E reconhecer as conquistas de Abril e o processo que lhe sucedeu garante também a obrigatoriedade de reconhecer e agradecer as conquistas do 25 de Novembro de 1975. Esta data reveste-se, no meu entender, de igual importância pelo principal facto de lhe dar sentido. Podemos concordar mais, podemos concordar menos, e a própria democracia nos dá esse direito. O que creio não deixar dúvidas é que uma análise factual e emocionalmente desprendida de ambos os eventos, nos obriga à compreensão de que um não fazia sentido sem o outro e vice-versa”, acrescentando que “Rio Maior, Concelho pelo qual somos eleitos, assumiu um papel determinante no dia 25 de Novembro, e esta será sempre uma das razões pela qual devemos assinalar e relembrar esta data no nosso Concelho”, concluiu Filipe Santana Dias.

A sessão solene comemorativa do 48.º aniversário do 25 de Abril, em Rio Maior, terminou com a atuação da Banda Filarmónica da Casa do Povo da Vila da Marmeleira, dirigida pelo Maestro Acácio Silva, que interpretou, entre outras, algumas “Canções de Abril”.

Francisco Colaço - Chefe do Gabinete de Apoio à Presidência da Câmara Municipal de Rio Maior


Maria João Almeida (CDU)


Luís Soares (PS)


Tiago Santos - Coligação Juntos Pelo Futuro (PPD/PSD-CDS/PP)


Carlos Neto - Presidente da Assembleia Municipal de Rio Maior, em exercício


Filipe Santana Dias - Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior


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