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RIO MAIOR JÁ ENCHEU DOIS CAMIÕES COM DONATIVOS PARA APOIAR VÍTIMAS DA GUERRA NA UCRÂNIA

Atualizado: 5 de abr. de 2022


Saiu hoje do Pavilhão Multiusos de Rio Maior mais um camião carregado de donativos com destino à Ucrânia, o segundo no espaço de pouco mais de uma semana, o que demonstra bem a grande onda de solidariedade da comunidade riomaiorense para com o povo ucraniano que vive dias de horror.

Juliya Golovchenko, natural de Cherkasy na Ucrânia, a residir em Rio Maior, é uma das grandes impulsionadoras desta campanha que tem vindo a decorrer no Pavilhão Multiusos, contando ao Comércio & Notícias que parte da carga carregada hoje seguiu para o aeroporto de Lisboa e a outra parte para um centro de recolha em Santa Iria da Azoia. “Os bens prioritários, como os produtos de higiene, medicamentos e mantas para os soldados seguirão de avião”, revelou.

Segundo Juliya “as zonas perto das fronteiras têm mais acesso à ajuda humanitária do que na zona central e aí está a fazer muita falta medicamentos, principalmente insolina”, realçando que “estes bens agora angariados se destinam à zona central da Ucrânia”.

Juliya Golovchenko contou também que “foram angariadas muitas coisas para crianças, desde produtos de higiene, fraldas, comidas secas, papas e também medicamentos infantis”, salientando que “está neste momento a fazer falta chás e cafés”.

“Existem os refugiados junto às fronteiras e os deslocalizados. Cherkasy é uma cidade que não tem sido muito afetada e as pessoas estão a deslocar-se das zonas de maior conflito, como de Kiev por exemplo, para lá”, conta Nuno Nunes, marido de Juliya Golovchenko, que acrescenta que “as coisas estão a chegar prioritariamente à fronteira. Agora com esta abertura dos corredores humanitários espera-se que chegue lá mais dentro, porque só ontem é que se começou a fazer a entrega dos produtos. Até à fronteira vai tudo, mas depois lá dentro é mais difícil fazer chegar as coisas, e em Kiev está muito complicado”, garantem.

Nuno Nunes conta que “eles têm tipo checkpoints à entrada das localidades para controlarem as pessoas que entram e saem, porque nos primeiros dias houve muitos russos que se simularam ucranianos e que entraram nas cidades e fizeram os localizadores. Inicialmente os bombardeamentos foram todos localizados com uns radiofrenquecimetros pequeninos que guiam os misseis”.


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“Nós estivemos lá há cerca de um mês e vimos uma Ucrânia estável, uma Ucrânia linda, um país espetacular a caminhar para níveis europeus e agora de repente vemos as imagens na televisão de coisas que conhecemos e está tudo destruído”, dizem bastante comovidos.

Juliya Golovchenko conta também que vive em constante sobressalto, “a minha família queria sair de lá, mas não pode por causa da minha cunhada que é doente oncológica e para além disso faz hemodiálise dia sim dia não, e é uma viagem muito grande para ela. O meu irmão é um antigo militar reservista e teve de ficar, está a fazer comida para os soldados ucranianos”, relata.

Nuno e a esposa sentem o terror que se vive na Ucrânia, “as pessoas deixaram os trabalhos, as universidades, as casas e fogem sem saber para onde levando consigo apenas pequenos bens. Há muitos que vão ter de reaprender a viver, pois vão para países em que não conhecem a língua, vai ser complicado”, garantem, salientando que “a situação não vai ser nada fácil para estas pessoas que vão estar sempre com o pensamento no seu país e na guerra, psicologicamente vai ser complicado”.

Juliya Golovchenko conta também que “há muitas crianças pequenas que estão traumatizadas e a deixar de falar”.

O casal contou à nossa reportagem que “já chegaram a Rio Maior alguns refugiados, que inclusive já ajudaram também no ponto de recolha a embalar os artigos”.

“Temos tido uma grande ajuda de voluntários, alguns deles até na sua hora de almoço vêm aqui ajudar, o povo tem se unido bastante. Temos também aqui a ajuda de uma senhora ucraniana que é médica e tem ajudado na parte da separação e embalamento dos medicamentos”, revelam.

Nuno e Juliya dizem que o povo está muito unido no apoio, “queremos agradecer às instituições, empresas e particulares que têm ajudado imenso, têm sido incansáveis na doação de alimentos, bens de primeira necessidade e primeiros socorros”, acrescentando que “no momento da entrega dos donativos as pessoas assinam uma folha para memória futura”.

De realçar que enquanto decorria esta reportagem chegou ao local uma carrinha da Junta de Freguesia de Fráguas para fazer a sua entregar de donativos.

Entretanto, o ponto de recolha no Pavilhão Multiusos vai estar em funcionamento até à próxima sexta-feira, mudando-se depois para uma sala do Estádio Municipal, em virtude daquela parte do Pavilhão ser necessária para a realização da Feira das Tasquinhas que inaugura a 25 de março.

O Comércio & Notícias conseguiu também apurar que irá ser criado em Rio Maior um local a divulgar em breve que servirá de apoio aos refugiados que venham residir para esta zona. Ali poderão encontrar roupas e produtos alimentares, entre outros bens, “também é preciso ajudarmos as pessoas que cá chegam”, salienta Nuno Nunes, que a finalizar lembra um jantar a ter lugar no próximo sábado, em São Sebastião, promovido pela Junta de Freguesia local. “Os donativos monetários angariados serão aplicados na compra de medicamentos”, conclui Nuno Nunes.


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