TRABALHADORES DA NOBRE ESTIVERAM ONTEM EM PROTESTO E AGENDAM NOVA GREVE PARA 11 DE SETEMBRO
Comércio & Notícias / Lusa
Os trabalhadores da Nobre Alimentação, em Rio Maior, cumpriram ontem, 28 de junho, mais um dia de greve e decidiram marcar nova paralisação para 11 de setembro, além da que já tinham agendado para 31 de julho.
Diogo Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas e Tabaco (SINTAB), disse à Lusa que os trabalhadores, concentrados à porta da empresa, decidiram agendar uma nova greve, dado o total silêncio da administração da empresa em relação às suas reivindicações, num protesto em que participa, igualmente, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar (STIAC).
Segundo o sindicalista, a greve desta quarta-feira contou com uma adesão de 93% dos 600 trabalhadores da empresa.
Os trabalhadores, que fizeram greve, pelos mesmos motivos, em 8 de março de 2017 e, este ano, em 9 de fevereiro e 28 de abril, têm agendada, para além da paralisação desta quarta-feira e de outra dia 31 de julho, decididas em plenário no passado dia 15, nova paragem para 11 de setembro, disse.
O STIAC esclareceu que as principais reivindicações dos trabalhadores para esta greve dos trabalhadores da Nobre são:
1 - Os aumentos salariais dignos para os trabalhadores e o salário mínimo na empresa de 850€s com efeitos imediatos;
2 - A negociação da contratação coletiva para o setor das carnes e/ou a celebração de um acordo de empresa (Acordo de Empresa);
3 - Atualização do subsídio de alimentação para 7€ diários;
4 - Garantia de 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores;
5 - Regularização dos horários de trabalho nomeadamente a redução para as 35h semanais;
6 - Direito ao dia do aniversário do trabalhador ou dos filhos até 12 anos;
7 - Negociação do caderno reivindicativo para 2023;
8 - Atribuição e atualização das diuturnidades;
9 – Fim da precariedade.
No final de maio, os trabalhadores europeus do grupo mexicano Sigma, que detém a Nobre Alimentação, em Portugal, manifestaram "repúdio e indignação" pela postura da administração da empresa instalada em Rio Maior, declarando-se solidários com as reivindicações dos trabalhadores portugueses.
Os trabalhadores das empresas do grupo situadas na Europa declararam-se "profundamente preocupados" com a postura da administração da Nobre, salientando que a Sigma, "líder mundial em produtos alimentares", tem "um compromisso com a justiça e a valorização dos seus trabalhadores em todas as suas operações".
Questionada pela Lusa aquando da greve de abril, a Nobre Alimentação disse estar "sempre atenta às necessidades" dos "colaboradores e da empresa", as quais discute com os sindicatos, "de forma positiva e transparente", em "reuniões frequentes".
"Reiteramos o nosso compromisso de disponibilidade para dar continuidade às reuniões regulares e, juntos, olharmos para o caminho a seguir", afirmou a empresa.
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