BREVES NOTAS DA BIOGRAFIA DE JOAQUIM BOGALHO
Por João Maurício
Uma das maiores figuras do Sport Lisboa e Benfica nasceu na Benedita, em 1899.
Joaquim Ferreira Bogalho nasceu no Chamiço (pequena aldeia na zona norte da freguesia da Benedita). Em 1914, aos 15 anos, foi para Lisboa e fez-se sócio do Benfica. Foi dirigente do S.L.B. durante muitos anos: (1931-1933, 1938-1941, 1948-1951 e 1952-1957).
O carismático Joaquim Bogalho, ainda hoje, continua a ser uma lenda viva no hemisfério benfiquista. No clube “fez tudo”: foi guarda-redes, tesoureiro, Presidente do Conselho Fiscal, Membro do Conselho Consultivo e Jurisdicional.
Em 1938, foi-lhe atribuída a Águia de Ouro. Presidente da Direção entre 1951 e 1958. Durante a sua presidência ganhou dois Campeonatos Nacionais e quatro Taças de Portugal, em futebol.
Tinha um sentido de responsabilidade ímpar e uma visão do futuro rara. Quem com ele trabalhou apelidava-o de homem extraordinário, de uma seriedade sem limites e colocava o Benfica sempre, em primeiro lugar. Não era homem rico, mas era um dos sócios da Casa de Câmbios Costa Ldª, na Rua do Ouro (Lisboa).
Quando se fez sócio, o S.L.B. tinha apenas 800 associados.
Bogalho foi o grande impulsionador da construção do Estádio da Luz que esteve para ser batizado com o seu nome. E só assim não foi, porque o mesmo recusou tal gesto. Os grandes homens são modestos.
Teimoso, mas persistente. Duro, mas frontal. Autoritário, mas humano. Muito solidário.
Joaquim Ferreira Bogalho profissionalizou o futebol benfiquista. Contratou Otto Glória que deixou um grande trabalho no Clube.
O Ciclismo foi, também, uma das suas grandes paixões. Era tesoureiro do Clube, quando José Maria Nicolau ganhou uma Volta a Portugal.
Notas finais – quando eu era criança, via-o, às vezes, sempre aos sábados. Vinha visitar a mãe que nesse tempo já era bastante velhinha e vivia no Chamiço. Bogalho nasceu pobre. Em jovem, já em Lisboa, trabalhou numa carvoaria, propriedade de um tio.
Ainda hoje existem, na Benedita, familiares afastados de Joaquim Bogalho. Era um homem alto, forte e com cara de austero. No inverno, usava sempre um sobretudo escuro. Morreu em 1977.
O Diário de Notícias de 26/08/2008 diz que muitos benfiquistas consideram-no “o maior presidente de sempre do S.L.B”.
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