CONTRIBUTOS PARA A HISTÓRIA DE RIO MAIOR – SÉCULO XX

Por João Maurício

I

“Exceptuando o saudoso Fernando Duarte, poucos riomaiorenses escreveram sobre a nossa história, o que é de lamentar, porque uma sociedade que não cultiva as suas memórias é um povo que não considera e respeita os que construíram o seu passado”. Todos sabemos que o futuro não se deve construir sem ter em consideração as lições dos tempos antigos”. Marcolino Nobre in “Retratos do Passado” (edição de 2006, página 123).

Sábias palavras!

Cícero, filósofo romano, que viveu antes de Cristo, escreveu que a História cuida de gerir a memória dos acontecimentos passados, a chamada “mestra da vida” já que, através dos exemplos do passado, ela ensina aos homens do presente a agirem de forma melhor e com mais prudência.

Rio Maior que quase sempre teve jornais, tem um déficit enorme no que diz respeito à publicação de livros sobre a História Local e concelhia. Os que existem são honrosas exceções. Isto, ao contrário de alguns concelhos da nossa região, como é o caso de Óbidos, Porto de Mós, Alcobaça, Torres Novas, Leiria, Santarém, Torres Vedras e Nazaré.

Esta realidade teve a ver com vários fatores. Escrever um livro é, sempre, muito mais complicado do que escrever um texto num jornal.

Sem querer ser pessimista, direi que a falta dessa bibliografia vai condicionar muito quem queira escrever a História de Rio Maior do século XX.

Depois, existiram pessoas que, embora dedicadas à escrita jornalística, não tiveram a preocupação de deixar as suas memórias.

António Feliciano Júnior é um exemplo dessa realidade. Outro dos problemas é que a História de Rio Maior, nomeadamente no que respeita ao século XX, está dispersa em bibliotecas e arquivos, como a Torre do Tombo, Biblioteca Nacional, Arquivo Distrital de Santarém e Biblioteca da Universidade de Coimbra.

(Continua)