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Periodicidade: Diária

12/22/2024

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CONTRIBUTOS PARA A HISTÓRIA DE RIO MAIOR – SÉCULO XX

Atualizado: 30 de mai. de 2023



Por João Maurício

IV


Manuel Novais Granada (1934-2022)

Novais Granada nasceu, em Almeirim, (1934-2022), mas veio cedo para Rio Maior. Foi estudante universitário, realidade rara na época. Aluno do Instituto Superior de Ciências Económicas e Política Ultramarina, mas nunca terminou o curso.

Às vezes, valoriza-se o seu lado mais divertido e as questões menores da sua vida, mas o antigo jornalista era muito mais do que isso. Foi meu professor de História Universal. Gostei muito de ter sido seu aluno. Ele e o Dr. Manuel Perpétua, em Porto de Mós, foram os dois docentes, cada um à sua maneira, que me levaram a gostar de História.

O Professor Novais Granada era uma pessoa simples, muito comunicativo, homem inteligente, afetuoso, culto, espontâneo e próximo dos alunos. Conseguia, a partir dos detalhes, tornar a História uma ciência viva. Tinha uma forma de ensinar peculiar, realidade que me fascinava e uma enorme facilidade em relacionar factos que encaixavam entre si. Era um otimista e via a vida de uma forma singular.

Escreveu nos jornais de Rio Maior e noutros fora do concelho. Ficou mais conhecido pela sua colaboração no "Correio da Manhã".



Profundo conhecedor da História de Rio Maior, rigoroso no que escrevia. Redigia com facilidade numa prosa detalhada e viva. O seu lado mais forte era o conhecimento enorme que tinha da Idade Média, no que diz respeito à nossa região. Os seus trabalhos estão, infelizmente, dispersos. Foi pena não ter deixado um livro sobre o concelho onde viveu a maior parte da sua vida. A autarquia de Rio Maior, há anos, prestou-lhe uma merecida homenagem.

Foi chefe de redação do conceituado "Jornal do Fundão". Tem alguns livros publicados sobre jornalismo e religião, concretamente, sobre as aparições de Fátima e outros trabalhos que referem a presença das Invasões Francesas, na Estremadura.

Faleceu, em Torres Vedras, onde foi professor de Cultura Geral na Universidade da Terceira Idade, instituição que recentemente lhe prestou uma justa homenagem onde foram realçadas as suas qualidades.

Ao acaso, cito um dos seus belos textos que publicou no jornal "O Riomaiorense", onde descreve, casa a casa, algumas ruas do centro da antiga Vila. Aí, se fala da vida dos seus moradores com uma minúcia rara. Era Rio Maior do início dos anos quarenta do século passado. Uma realidade social muito diferente do que se passa nos nossos dias. Existe, também, um belo texto seu sobre os médicos que, ao longo dos anos, trabalharam em terras riomaiorenses e em alguns concelhos vizinhos. Uma prosa "sui generis", cheia de graça, de um humanismo doce e de uma vivacidade subtil.

Nesse tipo de prosa, Manuel Granada era único! Pertenceu a um tempo em que o jornalismo era bem diferente do atual!


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