CONTRIBUTOS PARA A HISTÓRIA DE RIO MAIOR - SÉCULO XX
Por João Maurício
V (Conclusão)
Vão longas estas crónicas. Muito mais haveria para contar, mas urge terminar.
Há muitos anos, uma aluna dos cursos noturnos da Escola Secundária de Rio Maior, ofereceu-me um livrinho chamado "Esboceto Histórico da Vila da Marmeleira", da autoria de Bernardo Varela. Edição do autor (1965). A pequena obra (tem apenas quarenta páginas), tem o prefácio de Fernando Duarte que nos diz sobre o autor: "homem puro e bom, figura grande da nossa região, fervoroso bairrista, Bernardo Varela, poderei afirmá-lo, tem um amigo em cada habitante".
O mesmo Fernando Duarte afirma que "Não é a história regional do nosso concelho rica em bibliografia. Não é, também, oportuno mencionar aqui, a meia dúzia de opúsculos sobre, Rio Maior e o seu concelho, livros, pequenos trabalhos, alguns artigos nas colecções dos jornais O Riomaiorense, O Jornal de Rio Maior (dos anos 30 e anos 50), Concelho de Rio Maior etc.
É de constatar, sim, que a história regional está ainda por fazer, está dispersa, correndo o perigo de se perderem elementos, recordações, memórias, factos ...".
O comentário que devo fazer é que Fernando Duarte era, de facto, um homem inteligente e lúcido. O "Esboceto Histórico da Vila da Marmeleira" refere o Diário do Governo (de Abril de1927), que publica a promoção a «Vila» do lugar da Marmeleira. Entre as assinaturas está a de António Óscar de Fragoso Carmona.
Existe nessa obra, um "Quadro de Honra" dos filhos da freguesia da Marmeleira que, uns em África, outros em França, honraram a Bandeira de Portugal. São vinte e quatro. Destaco, aqui, alguns: Manuel Peça (prisioneiro dos Alemães), Alexandre da Piedade, João Pedro, Hermenegildo Lobo Morto, que morreram em França e António Ribeiro que morreu torpedeado (Caça-minas Augusto Castilho).
Para terminar, o livro diz-nos que "é neste planalto que se produz o saboroso vinho da Marmeleira, verdadeiro néctar que rivaliza com os melhores do mundo".
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