FREI PEDRO DE RIO MAIOR
Por João Maurício
O jornal “Região de Cister”, onde cheguei a colaborar, publicou na sua edição de 22 de março de 2021, um interessante trabalho com o título “Centro de Estudos Cistercienses ponderado para Alcobaça”.
Cito «É um processo lento, doloroso e sofrido aquele que Bernardo Trindade vive desde que se viu forçado a encerrar, no início deste ano, a mítica livraria Campos Trindade, em Lisboa, onde entrou pela primeira vez aos 3 anos pela mão do pai».
O sonho de criar um Centro de Estudos Cistercienses continua no horizonte do alcobacense. Bernardo é filho do antigo presidente da Câmara de Alcobaça, Tarcísio Trindade, livreiro na Rua do Alecrim, no Chiado (Lisboa).
Bernardo Trindade, alfarrabista, preservou o espólio que o pai juntou ao longo de setenta anos: alguns desses livros têm 400 e 500 anos. «Tenho uma biblioteca privada apenas sobre Alcobaça e, entre esses livros, tenho um que data do século XVI, acerca de São Bernardo oferecido a Frei Pedro de Rio Maior, abade do Mosteiro».
O livreiro tem um sonho: deixar esses livros, esse espólio, ao futuro Centro de Estudos Cistercienses, a instalar em Alcobaça.
Este é mais um dado bem curioso sobre o misterioso Frei Pedro de Rio Maior. Misterioso, porque se sabe muito pouco acerca da sua biografia. Sabemos, apenas, que foi Abade do Mosteiro de Alcobaça, entre 1567 e 1570. Anteriormente (1564), fora Abade do Mosteiro de Santa Maria de Seiça, situado na zona da Figueira da Foz. É evidente que o “apelido” tem a ver com a origem do frade. Ao que sabemos, na Torre do Tombo, existe pouca documentação sobre Frei Pedro de Rio Maior.
Notas finais – vem a propósito referir que os Frades de Alcobaça tinham na área atual do concelho de Rio Maior, várias propriedades, nomeadamente um engenho para extrair azeite, em Malaqueijo, três moinhos, uma granja e chegaram a possuir parte da Mina do Espadanal, vinhas, terras para produzir cereais e pardieiros (casas velhas em ruínas).
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