MOTOS: A SOCIEDADE E A SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA
Artigo de Opinião de Dário Marcelino (Presidente do Moto Clube de Rio Maior)
A nossa sociedade hoje é vivida no real porreirismo, só acontece aos outros.
A nível de cartas de condução a formação é parca, parou no tempo, a fiscalização é pouca, felizmente aumentou a segurança passiva dos veículos.
Estamos a par com mais uma Operação Moto divulgada pelas forças de segurança e, é este ponto que hoje quero falar.
Todos nós pedimos condições, melhores vias, menos impostos, baixa dos valores de combustíveis, baixa nos valores de portagens, entre outros. Os motociclos ainda hoje são considerados veículos de “luxo” sabemos que são, um luxo “fugir” ao trânsito, “facilidade” estacionamento, mobilidade, que não se pode ter em qualquer outro veículo, luxo, mas não para cobrança de impostos.
Em grupos organizados ou desorganizados, perante uma total inatividade da tutela que gere o motociclismo em Portugal, todos queremos que a sociedade não nos veja mais como “feios porcos e maus” nem aliados aos anos em que moto era violência e tráfico.
Inserir o culto do motociclismo na sociedade nem sempre foi fácil, o associativismo é o reflexo disso, hoje cada vez mais as motos estão ligadas às pessoas, se em tempos se reservavam aniversários, concentrações só a ”Patchs” hoje, cada vez mais é para os amigos e amantes desta cultura. As autarquias veem uma mais valia a este associativismo e, grande parte das sedes são escolas e espaços camarários.
Resumindo, somos civilizados, como tal, ninguém pode ficar indiferente à guerra de palavras aos “super heróis” que partilham e comentam com ódio a divulgação de Operações Stop nas redes socias.
De moto andamos todos, desde o chefe ao desempregado, desde o doutor ao agente de autoridade, como é possível os comentários de odio e rancor perante uma divulgação, informação de colocação de radares etc…, que sociedade somos, que pessoas nos tornámos?
Somos realmente porreiros quando um comando de uma força de segurança mete batedores naquele movimento, naquela manifestação, batemos palmas, em tempos de pandemia andamos a monte, a agradecer entre outros às forças de segurança, quando um agente ajuda, quando a nossa moto avaria, tiramos fotos… mas depois é a “caça à multa”.
Ora bem, só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja? ficamos indignados com tantos policias em Faro…, com fiscalizações de velocidade, álcool, mas quando nos roubam a moto… dizemos que nada fazem, mas, vamos onde, ao Batman?
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A estrada mata, o trauma associado aos acidentes de viação é terrível, quantos já deram ou receberam notícias de morte por acidente de viação? Quantos amigos de estrada hoje não podem andar de mota por traumatismos. Como acima disse de moto tudo é fácil, muitas vezes até é fácil arriscar.
Como tal somos e estamos muito malformados, 50 km/h nas localidades, 90 km/h fora, 120 nas autoestradas, é o que todos aprendemos quando nos propomos a tirar a carta de condução, é o que está oposto nos sinais nas autoestradas, que queremos? Caça à multa… será.
Queremos direitos mas não respeitamos as regras impostas, se realmente há quem se ache “caçado” se não incumpriu terá que reclamar e a sua reclamação será aceite de certo.
Ontem aconteceu um trágico acidente na autoestrada em Santarém, contornos gravíssimos colmataram numa tragédia, quantos de nós sabemos andar nas autoestradas, quantos de nós conhecemos os perigos destas…com velocidades médias acima de toda a europa… só acontece aos outros?
Nós, Moto Clube de Rio Maior sempre enaltecemos o Posto da GNR de Rio Maior pela sua atitude e entreajuda, muito obrigado e os sentimentos às famílias em luto dos militares de Santarém.
O Presidente do Moto Clube de Rio Maior
Dário Marcelino
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