O 13 DE JULHO DE 1975 EM RIO MAIOR

Por Joaquim Nazaré Gomes

Uma data histórica!

Quem o afirma é Meira Burguete no seu livro “O caso de Rio Maior” na página 29, onde pode ler-se: “o 13 de julho de 1975 é, sem dúvida, uma data histórica não só para Portugal como para todo o mundo ocidental. Teria ali principiado o movimento (...) que afastou decididamente determinada tendência política em Portugal, não sei se influência tipicamente Russa, porque admito que não fosse, que implantada, poderia ter como consequência uma guerra civil, semelhante à dos anos 30 em Espanha e assim influenciaria toda a estrutura político-económica do Ocidente.”

E prossegue: “o 13 de julho de 1975 significará para Portugal e para o Ocidente qualquer coisa maior, que marcará, a barreira que se colocou para que um processo não evoluísse.”

Os dias seguintes ao 13 de julho foram de grande agitação:

O Diário do Ribatejo relata: “Os incidentes de Rio Maior”

“DESTRUÍDAS AS SEDES DO PCP E DA FSP

AS RUAS DE RIO MAIOR APINHADAS DE GENTE VINDA DE TODO O CONCELHO

VERDADE NA INFORMAÇÃO - OBJETIVO DA LUTA DO POVO

MILHARES DE EXEMPLARES DO DIÁRIO DE LISBOA E DO DIÁRIO POPULAR RASGADOS À SUA CHEGADA A ESTA VILA”

“O GOVERNADOR CIVIL DESLOCOU-SE A RIO MAIOR ACOMPANHADO DE VÁRIAS ENTIDADES MILITARES PARA TENTAREM SERENAR A POPULAÇÃO.”

O POVO DE RIO MAIOR REPUDIA SER “ALBERGUE DE PIDES OU “QUINTAL CACIQUES” E REIVINDICA O DIREITO DE SER RESPEITADO QUANTO À VERDADE DA SUA LUTA - LÊ-SE NO COMUNICADO:

“O COMUNICADO DO POVO DE RIO MAIOR”

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“Os pequenos e médios agricultores do Concelho de Rio Maior tiveram conhecimento de que no Domingo, 13 de julho, se realizaria em Rio Maior uma reunião convocada pelos Pequenos e Médios Agricultores de Alpiarça, a fim de tratar a substituição da comissão liquidatária do Grémio da lavoura Local.

Os agricultores do Concelho, entendendo que os assuntos locais apenas deveriam ser tratados e resolvidos pelos próprios habitantes e sem qualquer interferência de indivíduos estranhos ao concelho, dirigiram-se para junto das instalações do grémio da lavoura e impediram que se realizasse a citada reunião “ocupação” (...)”

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