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12/22/2024

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O AZEITE DE RIO MAIOR



Por João Maurício

Mão amiga fez-nos chegar a obra “A Cultura da Oliveira no Maciço Jurássico de Aire e Candieiros”. Trata-se do relatório final de Licenciatura do Curso de Engenheiro Agrónomo (1944), realizado por Paulo Ribeiro de Almeida Guerra, no Instituto Superior de Agronomia.

O engenheiro Paulo Almeida, como era conhecido, era uma figura que eu conheci bem.

O estudo realizado entre janeiro de 1943 e fevereiro de 1944, abrange a região montanhosa de “Aire e Candieiros, uma das zonas agrícolas mais ingratas do nosso país”. O autor procurou “dar uma ideia geral da olivicultura serrana e focar alguns dos seus mais momentosos problemas”. (Mantivemos a ortografia da época “Candieiros” que hoje se escreve “Candeeiros”).

Paulo Almeida nasceu na Benedita e tinha ligações familiares a Rio Maior, já que era irmão da esposa do Dr. Calado da Maia.

Estudou a produção de azeite entre 1931 e 1941, no distrito de Leiria (concelhos da Batalha, Leiria, Porto de Mós e Alcobaça), e também no distrito de Santarém (concelhos de Rio Maior, Alcanena, Torres Novas e Vila Nova de Ourém).

O estudo incidiu numa vasta área que vai, por exemplo, da Mendiga a Fátima e de Minde às Alcobertas.

Os olivais na nossa região são muito antigos. Já existiam pelo menos, no século XII, embora a sua proliferação tenha acontecido só no século XVII.

O engenheiro Paulo trabalhou na FAO (Food and Organization of the United Nations), nomeadamente em países africanos e da América Latina. Realizou um trabalho notável no Sul de Angola. Foi professor no Instituto Universitário dos Açores.



Na página 48 do seu texto, o autor deixa-nos uma estatística da produção de azeite no concelho de Rio Maior.


ANO PRODUÇÃO EM HECTOLITROS

1931 5.424

1932 3.750

1933 5.542

1934 1.308

1935 4.696

1936 939

1937 8.595

1938 476

1939 7.134

1940 618

1941 10.186


Como se pode avaliar, são grandes as alterações de produção ao longo dos anos.

O tema dos olivais em Rio Maior levar-nos-ia muito longe. Terminamos com uma referência ao livro “O Património do Mosteiro de Alcobaça nos séculos XIV e XV”, de Iria Gonçalves. Num dos mapas da obra, aparece uma nota sobre os olivais junto à povoação de Rio Maior. Noutro mapa, é possível encontrar outras anotações a lagares de azeite na área geográfica do atual concelho de Rio Maior.

Nota final – Paulo Almeida faz alguns agradecimentos aos que o ajudaram na elaboração do seu trabalho, como o Engenheiro Agrónomo Professor Joaquim Vieira Natividade, um profundo conhecedor desta temática.


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