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11/1/2024

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O INFANTE D. PEDRO E RIO MAIOR



Por João Maurício

“A história da humanidade não é mais do que a biografia dos grandes homens”, (Thomas Carlyde, historiador escocês do século XIX).

A gloriosa História de Portugal tem, infelizmente, algumas manchas. Cito ao acaso o cobarde assassinato do rei D. Carlos e a triste Guerra Civil, no século XIX, entre liberais e miguelistas. Nessa linha, aparece o fim trágico do Infante D. Pedro, no século XV.

Filho de D. João I e de Dona Filipa de Lencastre, viveu numa época conturbada, tendo sido um homem muito avançado e moderno. Um patriota que tentou aplicar na sociedade portuguesa uma política de progresso e de justiça social. Defendeu o povo e os concelhos contra os abusos da nobreza feudal. Pagou caro, por isso. Foi enxovalhado pelos seus detratores. Foi apunhalado pelas costas por alguns a quem tanto ajudou. D. Pedro teve um fim trágico na célebre Batalha de Alfarrobeira (perto de Alverca).

O grande historiador Oliveira Martins retrata-o de uma forma perfeita, como contemplativo, cavaleiro, benigno, prudente, sábio, de serenidade melancólica e exalta-lhe o idealismo, a bondade, a gravidade, o respeito e a modéstia. Enumera-lhe, também os defeitos, nomeadamente a teimosia e o orgulho.

A poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen sobre ele escreveu, em 1962 - “Nunca choraremos bastante nem pranto/ Assaz amargo e forte/Aquele que fundou glória e grandeza/ E recebeu em paga insultos e morte”. (Pranto Pelo Infante D. Pedro).

Dias antes da Batalha de Alfarrobeira, (Maio de 1449), o Infante e as suas tropas acamparam em Rio Maior. Tentou resolver o conflito com o rei, D. Afonso V que se encontrava em Santarém. O diálogo, feito através de mensageiros, não resultou. A própria rainha, que era filha do Infante, não conseguiu aproximar as partes.



D. Pedro foi regente de Portugal, 1º Duque de Coimbra, Senhor de Montemor, Buarcos e Mira, que promoveu a concelho, onde tem uma estátua no centro da vila.

Fernando Pessoa escreveu o poema “ D. Pedro, Regente de Portugal”, a 15 de fevereiro de 1934, onde enaltece as qualidades do Infante. “Claro em pensar, e claro no sentir./É claro no querer./Fiel à palavra dada e à ideia./ Tudo o mais é com Deus”.

D. Pedro morreu, em Alfarrobeira. O seu corpo foi mutilado e abandonado no campo de batalha. Acabou por ser recolhido, no dia seguinte,

por camponeses e sepultado, posteriormente, na Igreja de Alverca, encontrando-se, atualmente, no Mosteiro da Batalha.

A morte de D. Pedro marca um retrocesso histórico em Portugal. Nos trinta anos que se seguiram, a nobreza feudal aumentou o seu poder económico e político e desprezou o povo e os concelhos. Só com a subida ao trono de D. João II (1481), passou a haver um reforço do poder real em detrimento do da nobreza.



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