O MUSEU DE ABRANTES – UM ESPAÇO CULTURAL MAGNÍFICO
Por João Maurício
Abrantes lá está numa colina, tendo o Tejo ao fundo. Via-a tanta vez ao longe, quando caminhava para Castelo Branco no longínquo ano letivo de 1978/79. Ficava precisamente a meio do caminho entre o litoral, onde vivia e a cidade albicastrense. Ainda não havia a A 23 e, por isso, era moroso circular por essas bandas. A seguir era a passagem pela alentejana Nisa, naquele tempo terra adormecida, tal era a sua pacatez. Voltei, agora, à cidade abrantina, por questões familiares, e surgiu a ideia de conhecer o excelente espaço museológico.
O Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) de Abrantes abriu ao público, em dezembro de 2021. Está instalado no antigo Convento de S. Domingos, onde, também, funciona a Biblioteca local.
Imóvel do século XVI, foi confiscado pelo Estado, em 1834, tendo sido incorporado na chamada Fazenda Nacional. Já durante a República, teve várias funções culturais, escolares, militares a administrativas.
O edifício foi-se degradando e, depois, recuperado. Dos vários núcleos daquele espaço, destaco as coleções de Arqueologia e Arte, as Esculturas Romanas e a temática medieval. Visitar aquele espaço ajuda-nos a conhecer melhor a história da ocupação humana daquele concelho. Recolhida desde os anos vinte do século passado, a Coleção Municipal de Arte é constituída por um conjunto de peças oriundas das igrejas e conventos extintos naquele município.
Do imenso património do Museu refiro a grande estátua romana descoberta no Rossio Ao Sul Do Tejo.
Muito mais haveria a dizer sobre tão nobre espaço cultural. A Associação Portuguesa de Museologia atribuiu-lhe o Prémio “Museu do Ano 2023”.
A cidade está de parabéns por ter um museu com tanta qualidade. Deve ser colocado no top da museologia nacional. Este município ribatejano fez uma aposta forte no turismo cultural. Trará benefícios para o tecido económico local. Aliás, esse facto é bem visível pelas muitas visitas feitas por nacionais e estrangeiros.
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