OS MOTOCICLOS E OS PICOS DE SINISTRALIDADE EM 2022
A dias de mais uma concentração de motos com grande adesão, é impossível ficar indiferente a tantos acidentes com motociclos, mais ainda quando grande parte destes acidentes são graves, fatais.
Já em tempos escrevi sobre os “novos motociclistas” opondo o meu ver sobre a parca formação, fiscalização e infraestruturas. Hoje, contrapondo o que muitos de nós se está a esquecer, o maior perigo é o fator humano, a máquina só por si não sai do estacionamento.
O Moto Clube de Rio Maior antes dos problemas globais somava 6.000 quilómetros anuais, pela realização dos seus passeios, em 25 anos, infelizmente aconteceram alguns acidentes, mas, mais derivado às antigas concentrações e desfiles, os acidentes resultantes de passeios podem-se contar por meia mão.
Fomos impondo regras, quem não as cumpre simplesmente deixa de ser convidado, e num mundo “regrado”, muitas vezes quem não gosta de cumprir simplesmente se afasta, assim deveriam ser todos os mundos, mas não é.
Se nós, fator humano cumprirmos as regras, e optarmos por uma condução defensiva, corremos menos riscos de acidente, o que se vê, é o contrário, condução agressiva. Um motociclo, atinge em segundos grandes velocidades, mas temos que nos recordar que uma via pública não é uma pista, onde o ambiente é controlado, mas sim onde tudo é provável de acontecer pelo pior.
Estamos a voltar aos números de sinistralidade dos anos 90, ainda hoje muita gente só anda de moto no verão, deixando “enferrujar” toda a sua experiência, se é que ela é alguma.
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Todos nós criticamos o condutor que não faz pisca ou o que circula na via central, esse condutor segue num veículo que tem o triplo do peso dos nossos motociclos, como a pirâmide da estrada é invertida, a seguir aos peões e bicicletas, os motociclos são o elo mais fraco, temos que medir muito bem esse fator, caso contrário vamos ao chão e perdemos o braço de ferro.
É muito frequente em Rio Maior, é muito frequente no nosso país, ver passar motos, dentro de localidades, junto ao “espetáculo” dos cafés, em cruzamentos de má visibilidade, com os escapes a fazer “muito barulho”, todos sabemos que de todo esse barulho, a bater no veículo do condutor que não faz pisca, a bater no veículo que muda de via sem olhar para o espelho, ou aquele que vai a olhar para o telemóvel… é uma equação que tem tudo para dar negativo.
A sinistralidade rodoviária grave é um trauma, repentinamente perdemos aquele irmão, aquele familiar, aquele amigo chegado ou conhecido, em segundos, o que era um passeio de sonho ao Cabo da Roca, acaba à porta da urgência de um hospital onde esse familiar esse amigo, está politraumatizado ou já cadáver.
Está nas nossas mãos passar uma vida a andar de moto ou perder uma vida de moto.
Há que refletir, votos que as deslocações em duas rodas sejam em segurança.
Dário Marcelino
Presidente Moto Clube de Rio Maior
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