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Periodicidade: Diária

12/22/2024

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QUEM NÃO SE LEMBRA DA FAMEL?


Há muito que pensava ir a Sangalhos. Surgiu, agora, a oportunidade, através da nossa Universidade Sénior. Encontrámos um pavilhão velódromo de qualidade internacional. Um feito para uma pequena vila que nem sede de concelho é! Sangalhos é uma pequena freguesia do concelho de Anadia com, apenas, 4 mil habitantes.

Englobado no mesmo, está o Museu das Duas Rodas, onde as velhas e gastas bicicletas que, antigamente eram usadas no quotidiano, se cruzam com as do ciclismo. Tesouros!

Há realidades que, teoricamente, não são comparáveis, mas a verdade sobrepõe-se a isso. Na parte das bicicletas, o Museu de Sangalhos está muito acima dos seus congéneres das Caldas da Rainha e de Torres Vedras que, também, conhecemos. É que Sangalhos foi terra bairradina do top da velocipedia portuguesa, cujos atletas brilharam, aqui, em Rio Maior. Naquelas paredes Alves Barbosa é um mito, sempre presente.



Neste Museu, como o nome indica, há, também, muitas e velhas motorizadas que já cumpriram a sua missão. Em certa medida, elas reproduzem a evolução da sociedade portuguesa. As relíquias da FAMEL repousam ali, entre outras de várias marcas.

A proliferação dessas “máquinas” acompanhou a minha juventude. Lembro-me da FAMEL “Victória” que custava 7.500$00. Dizia-se à boca cheia “- Fogo! A mota é linda”. Uma referência aos modelos “Foguete” e “Foguetão”, quando eu andava na escola primária.

Eram construídas em Águeda, na Fábrica de Produtos Metálicos, Ldª. E a FAMEL Sputnik, assim se chamava, devido às aventuras espaciais russas, na altura. A censura deixou passar o nome. Era um dos modelos mais vendidos. A firma tinha agentes em todo o país. Não consegui saber quem era em Rio Maior. Na Benedita, era o Talaxa que vendia muitas, imensas.

Estas motorizadas tiveram uma importância enorme para as gerações dos anos sessenta do século passado. O encerramento da fábrica teve um impacto gigante para o concelho de Águeda e para os seus vizinhos. Na memória dos mais novos ficaram os slogans dos anúncios “Motorizadas FAMEL – Resistência, Beleza e Elegância Insuperáveis” era um deles.

Outras marcas ocuparam o mercado, como a CASAL, que chegou a ser a maior fábrica portuguesa de motorizadas; a E.F.S., Ldª, de Eurico Ferreira de Sucena, também do distrito de Aveiro; a MACAL, de Águeda; a PACHANCHO (de Braga), alcunha do seu fundador, António Gomes do Vale Peixoto; a VILAR, cuja fábrica era no Porto e mais alguma outra marca portuguesa de que não me lembro do nome.

A verdade é que a FAMEL tinha um estatuto próprio e ficou no imaginário popular!

Por João Maurício




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