RIO MAIOR: O FRACASSO COM ALGUM POTENCIAL

A política riomaiorense nunca foi de facto política. Nem a de Rio Maior nem a de ninguém (escapam-se alguns municípios do litoral norte e do litoral centro). Dado que é difícil, não posso culpabilizar o atual Presidente da Câmara de Rio Maior nem os seus antecessores e espero que nenhum, pelos quais tenho profundo respeito, me leve a mal.

Contudo, posso culpabilizá-los de algo muito maior que influenciou a separação dos poderes locais dos partidos nacionais: a falta de uma elite riomaiorense, de uma elite que seja bem letrada e com ideologias políticas convictas. O fenómeno que leva os jovens da minha idade e pouco mais velhos fugirem da cidade acontece pela falta de oportunidades que a cidade dá. Se as empresas não procuram Rio Maior, que seja Rio Maior a procurar. Isto foi (e vai) influenciando o poder autárquico da nossa cidade. Temos de dar benefícios a jovens formados em áreas do turismo para abrir empresas que influenciem a mesma área (e, já agora, parem de usar as nossas salinas como única referência); temos de dar incentivos e benefícios a jovens advogados que queiram abrir novos escritórios na sua terra; temos de dar benefícios a jovens gestores para abrirem novas empresas; temos de dar benefícios aos jovens para voltarem à sua cidade natal, o que deverá, com certeza, influenciar o poder autárquico riomarense e, desta forma, tornar mais séria a nossa política.

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Embora haja apenas uma serra a separar-nos do mar, nós, Rio Maior, fazemos parte de um interior que se vai desertando. Precisamos de partidos fortes e de juventudes partidárias com influência local para conseguirmos crescer! O pelouro da juventude da Autarquia de Rio Maior não serve apenas para concertos da Carolina Deslandes ou da Blaya. Serve para dar oportunidades que se revelem eficazes no futuro para que, desta forma, cresçamos como cidade e como município.

O nosso futuro, não dos jovens, mas de Rio Maior, está nas vossas mãos.

Artigo de Opinião de Miguel de Oliveira Martins

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