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Periodicidade: Diária

12/22/2024

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SÃO MARTINHO DO PORTO DE OUTROS TEMPOS!



Por João Maurício

Conheci São Martinho do Porto há tantos anos que os mesmos se perderam na poeira do tempo.

O velho casario preservado lá estava! Havia a rua dos cafés, as pensões, o Hotel, a Igreja e o Correio.

Era uma terra mais do que calma, pouso de lavradores ribatejanos, do Alto Alentejo e da capital do país. nesse tempo, era uma espécie de lugarejo pacato, perdido entre as Caldas e a Nazaré, para onde se ia devido aos bons ares. Permanentemente, aí viviam, apenas, alguns pescadores e poucas famílias locais. Todas estas lembranças de tempos longínquos vieram-me à memória, por me ter chegado às mãos a obra “A Baía de S. Martinho do Porto – Aspectos Geográficos e Históricos”, onde colaboraram excelentes académicos.

A coordenadora da obra é a Drª Maria Cândida Proença de quem tive o gosto de ter sido seu aluno, já lá vão muitos anos.

Aí, é feita a cronologia da história da terra. Curiosos são alguns dados apresentados. Por exemplo, em 1931, São Martinho tinha: parteira, farmácia, 5 lavradores, 2 pensões, 2 banheiros para assistirem os banhistas, agência bancária e posto da G.N.R.



É a partir da primeira metade do século XX que a terra começou a desenvolver-se turisticamente, mas já nos finais do século XIX existia algum turismo.

A terra chegou a ser sede de concelho, extinto em 1848. Em 1897, a Capitania do porto foi transferida para a Vila da Nazaré. Em 1912, é extinta a Delegação Aduaneira, passando a Posto Fiscal.

Poucos saberão que S. Martinho chegou a ter uma Praça de Touros e indústria de construção naval.

Vários escritores deixaram belas prosas sobre S. Martinho. Recordo Margarida Rebelo Pinto.

Da sua toponímia, destaco a Rua Marquês de Rio Maior – D. João de Saldanha de Oliveira e Sousa (1878-1970), benemérito da terra.

Para muitos, S. Martinho do Porto continua uma terra de magia. Cresceu muito, a vila.

Não quero ser deselegante nem passadista, mas direi que a S. Martinho que eu conheci, há mais de sessenta anos, já não existe! Fica a memória!



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